sábado, 27 de fevereiro de 2010

A vida ao ar livre nos anos 30

Enquanto os anos 20 destruiu as formas do corpo feminino, os anos 30 voltaram a dar ênfase as curvas femininas.
Jean Harlow
Hollywood foi a grande responsável por influenciar a década de 30, as mulheres tinham como modelo de beleza atrizes do cinema como Greta Garbo e Jean Harlow. A mulher, então, devia ser magra, bronzeada e esportiva.
Jean Harlow

Greta Garbo

Jean Harlow
Imagine que desde a invenção do trem e do carro deve ter ficado bem mais fácil se locomover até uma praia ou balneário para passar as férias, além disso o incentivo da prática de esportes à favor da saúde, a beleza de belos litorais espalhados pelo mundo inteiro, a vontade de matar o calor insuportável, ou simplesmente o fato de fugir da loucura do trabalho duro e respirar um ar puro, tudo isso deve ter impulsionado o mundo para solucionar aos poucos maneiras de tornar o lazer à beira mar e as práticas esportivas mais confortáveis e mais comuns também. Afinal de contas não devia ser fácil nadar com grandes macacões de malha ou lã que deveriam pesar o dobro molhado. Isso tudo acabaria por influenciar os trajes de banho mais tarde.

Nos anos 30 toda uma moda dirigida à vida ao ar livre, ao esporte e os banhos de sol estimulou os costureiros a desenvolver o sportwear.

Foi nesse período que os trajes banhos sofreram uma grande mudança, a menor roupa que as mulheres podiam e tinham coragem de usar eram maiôs bem comportados com uma espécie de short ou saia que faziam parte do traje ou muitas vezes era usado por cima.

O Maiô podia ser grande, mas lá estavam elas, as pernocas, pra fora das saias, totalmente à mostra!
Carmen Miranda e sua irmã Aurora na praia de Copacabana (Rio, 1936)
Carmen e Aurora na praia da Urca (Rio, 1936)
O decote nas costas também apareceu nos trajes de banho, aliás esse era o novo foco de atenção da década de 30: as costas femininas. Alguns pesquisadores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho que inspirou os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite.
http://www.revistaantigaportuguesa.blogspot.com/
Ainda existia aqueles que resistiam em usar a roupa de banho nos anos 30
Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta.

Chanel lançou as calças pantalonas para o lazer marítimo.Surge a camisa Lacoste, com talhe alongado e cavas folgadas, corte permitido pela flexibilidade da prática do esporte.
Cada vez mais as mulheres usam calças compridas (slacks) de corte confortavel com chapelões de pano ou de palha
É na década de 30 que campeãs de tênis lançam modelos como a saia aberta dos lados e shorts que iam até abaixo dos joelhos.
Dica para conferir

O filme Desejo e Reparação do diretor Joe Wright traz uma história dramática que acontece na década de 30. E olha aí a atriz Keira Knightley com o maiô super comportado.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Herói Torto


"Um dia, na eternidade, o Demônio aposta com Deus que se tirasse do homem algumas qualidades, ele cairia em perdição. Deus, aceitando o desafio, resolve trazer ao mundo a alma de Till." É este personagem tradicional na cultura alemã desde a Idade Média que dá vida à peça "Till, a saga de um herói torto", nossa dica cultural de hoje.
Começo dizendo, e acho que não preciso alongar as explicações, que a peça é do ótimo Grupo Galpão. Como se isso já não fosse o suficiente pra fazer você levantar da cadeira, digo mais, ela faz parte da 36ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte, o que significa que os ingressos estão a preços populares, somente r$10,00 (não há meia-entrada). Além disto, se você gosta de moda, o figurino da apresentação tem sido bastante elogiado, basta olhar as imagens e comprovar.


Serão quatro apresentações começando hoje no Grande Teatro do Palácio das Artes. De 25 a 28 de Fevereiro, Quinta, Sexta e Sábado às 21hs e Domingo às 19hs. Aqui tem maiores informações sobre este espetáculo e todos os outros da Campanha de Popularização, preços, horários, sinopses e até venda de ingressos online e aqui tem a sinopse completa do espetáculo. Não vai perder essa, hein?

Ps.: No Twitter do Palácio das Artes estão sorteando ingressos. É só dar RT na mensagem referente a esta peça.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Novas formas

As semanas de moda da europa chegam por aí trazendo as novas tendências para 2010/11. Mas estas tendências nasceram um ano atrás ou mais com as feiras de bureau de moda.
O topo da pirâmide é controlado pela Premiere Vision, que apresenta duas vezes ao ano uma pesquisa de tecidos e comportamentos para dois anos à frente. A partir dela vemos todas suas informações diluídas desde Prada até C&A.

Este mês a empresa apresentou seus pensamentos para 2012 e uma coisa que vai ser forte é a renda com um toque mais pesado. A fibra artificial também vai ganhar espaço, as misturas de fibras e a tecnologia já permitem que camisetas pretas sejam tão frescas quanto as brancas em verão de 40 graus por exemplo.

Mas uma coisa me chamou maior atenção: em questão de estilos, a nostalgia das décadas passadas está com os dias contados. A moda está sempre olhando pra trás e reinventando os clássicos, mas esta onda já deu, temos que começar a pensar no que está acontecendo ao nosso redor. A modelagem vai ter mais experimentações e formas ainda sem nomes, derivadas de calças sarouel e saias tulipas.

Reportagem original aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Roupa de Artista

Diego Velàzquez, Infanta Margarita, 1659

Inicio de ano é época de bota-fora. Limpar armários, estantes, gavetas e tudo que estiver na reta. E foi nesta limpeza que encontrei uma fita de vídeo - sim, não se espante, eu ainda tenho um videocassete aqui em casa - de uma dessas coleções de documentários sobre pintores, e esta especificamente falava sobre Velázquez. Era breve e fazia menções à expressividade que retratava não só os olhares tristes do rei Felipe IV da Espanha, mas também aos retratos de pessoas menos importantes.
Retomado o ano após este carnaval, cai em minhas mãos o livro Roupa de Artista - O vestuário na obra de arte de Cacilda Teixeira da Costa, lançado em dezembro de 2009, que em seu segundo texto me foi apresentado um outro Velázquez:

"...Felipe IV tinha um trunfo importante: seu "pintor de camara", "aposentador mayor de palácio", "ayuda de guardarropia" e mestre de cerimônias públicas, era ninguém menos que Diego Velázquez, que, além da pintura dos retratos reais, era responsável pela decoração dos palácios, pelo vestuário do rei e pela realização de festas."

Tapeçaria de Gobelins da série "A história do Rei" a partir de cartão de Charles Le Brun. Tecido de 1665 a 1668

Na cerimônia de entrega da filha de Felipe IV, Maria Teresa, para seu futuro marido Luis XIV, rei da França, foi organizado um encontro de ambas as cortes, e Velázquez foi o responsável pela organização tanto do espaço físico, quanto das vestimentas do lado Espanhol. Com roupas em tons escuros e claros, o pintor deixou sua marca com elegância e luxo neste momento marcante da corte Espanhola, e nos mostra uma outra face das representações reais em pinturas: a disseminação da moda.
As novas "modas" dos reis e rainhas eram apresentadas à corte através destas pinturas e é claro imortalizadas. Até então, eram pintores como ele quem davam "pitaco" nas roupas dos reis e rainhas, e isso só irá mudar com as primeiras publicações de moda que surgem por volta de 1780, e com as revoluções Francesa e Industrial.

O livro de Cacilda Teixeira é bem gostoso de ler, e trabalha este olhar da moda em cima de obras Renascentistas até os dias de hoje. Está com um preço excelente no site da editora: livraria.imprensaoficial.com.br
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